quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Esperança E Graça Em Meio À Crise

“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.” (Lamentações 3:21)

O versículo citado acima é um dos meus preferidos. E é interessante analisar que o profeta Jeremias fala de uma ação pessoal: "Quero trazer à memória...". É algo que demanda uma decisão própria. Quem preenche a mente com esperança é Deus, mas a escolha é nossa.
O ano de 2009 começou sob prenúncios de um aprofundamento da crise generalizada que grassa no mundo, produzindo desgraças em todos os níveis e, muitas vezes, infelizmente, retirando os olhos dos que professam crer em Deus da graça incomparável e imutável do amor divino.
Realmente vivemos tempos difíceis, mas que não podem nos fazer esquecer da onipotência do Senhor em quaisquer circunstâncias, pois os que nEle esperam não se deixam abater; antes, renovam suas forças, conforme está escrito no capítulo 40 do livro do profeta Isaías.
No sermão do monte, de grandes e preciosos ensinamentos, Jesus afirmou: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt. 6:33).
Quando a nossa mente se ocupa primeiramente com as circunstâncias adversas da vida, a esperança se esvai e não conseguimos enxergar a graça de Deus que é derramada sobre nós, ainda que a crise exista e que pelo vale da morte passemos.
Esperança é uma das demais coisas que são acrescentadas à nossa vida, quando priorizamos o nosso olhar em Deus, quando o foco dos nossos objetivos está ajustado aos propósitos do Senhor para nós.
Muitas vezes, perdemos a esperança porque a nossa mente está entulhada com detalhes sem importância que ofuscam o brilho do que é essencial; com futilidades e temores que só preenchem espaço, mas não preenchem necessidades da alma; com sentimentos que proporcionam prazer ou preocupação temporários, mas que não produzem certezas eternas.
Crise e paz nem sempre são sinônimos de ausência e presença de Deus, respectivamente. Dependendo da nossa atitude, um período de crise pode ser extremamente enriquecedor, quando vivido com uma fé inabalável no Senhor dos tempos e das estações. Deus não nos criou para uma vida sem problemas, mas Ele prometeu que cuidaria de nós. E nas promessas dEle podemos crer sem duvidar, pois “Deus não é homem para mentir e nem filho de homem para se arrepender” (Nm. 23:19 a).
A paz de Deus não é bonança maquiada de prosperidade nem ausência de dificuldades, mas é aquela que excede o entendimento humano, ou seja, vivenciada quando a lógica humana do prazer imediatista não consegue entender.
Ao iniciarmos mais um ano, não sei como está o seu nível de esperança, mas seja qual for seu estado, faça uma análise do que tem preenchido seus pensamentos ultimamente. Nossa mente é como o disco rígido de um computador: precisa estar em constante verificação e limpeza. Caso contrário, ela se torna lenta e incapaz de "rodar" programas mais pesados e importantes, como compromisso verdadeiro com Deus e amor real e concreto – e não apenas politicamente correto – ao próximo. É preciso deletar "arquivos temporários" para que o que é permanente possa ter seu desempenho otimizado.
Mesmo que o dia esteja triste e as manchetes dos jornais desanimadoras, sempre poderemos nos alegrar com algo que não muda nunca: a fidelidade e a graça de Deus para com os Seus filhos. O pensamento nessa certeza sempre nos trará a verdadeira esperança que transforma pranto em riso e desânimo em forças renovadas! Pois “se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (I Co. 15:19).
Um abraço e um ano cheio da esperança e da graça do Senhor!

(Publicado na coluna Da Redação para o Leitor,
no Jornal Carta Aberta, edição de janeiro/2009)

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